Categoria: Espiritismo

Pan-americanismo e outros temas, com Leopoldo Machado

Capa ObservaçõesHá dois textos de Leopoldo Machado no opúsculo “Observações e Sugestões”, de 1947, que chamam a atenção. Na crônica que abre o livro, intitulada “A reforma social e a mulher”, o autor percebe a mulher soltando-se dos limites domésticos da mãe de família e saindo para o exterior, numa conquista de espaço e poder. O outro texto chama a atenção já pelo seu título: “Pan-americanismo cristão”. Neste, Leopoldo faz uma defesa da Cepa – Confederação Espírita Pan-americana e aponta para o seu aparecimento no ano anterior, 1946, como resultado do 1º Congresso Pan-americano realizado em Buenos Aires. Leia o texto completo e faça o download do livro aqui.

Pereira Guedes e a Feb

Capa Uma Farse

A moral que decorre da filosofia espírita insere-se no grande livro da ética universal, aplicável a qualquer tempo e civilização, conhecimento e cultura. A moral cotidiana, contudo, padece de universalidade por estar relacionada aos documentos legais e à realidade vivida, ao mundo da vida, onde o homem constrói e se reconstrói na experiência repetitiva da formação de sua bagagem e progresso. “Uma farsa” é um documento chocante, por tudo o que expõe, mas é também um documento revelador de um momento histórico do espiritismo brasileiro.

Leia o texto completo em http://www.expedienteonline.com.br/?page_id=900

Leopoldo Machado, 1939

capa o Espiritismo é obra de educaçãoHerculano Pires, Vinicius, Eurípedes Barsanulfo e Leopoldo Machado formam entre aqueles que tomaram o espiritismo e o adjetivaram como “obra de educação”. Que, de fato, também é. Vinicius, lá no início do século XX, já defendia essa convicção que alimentou durante os oitenta e oito anos de sua existência no corpo físico. Herculano Pires foi o mais fértil de todos e o que mais empregou esforços intelectuais para refletir e teorizar sobre a importância da doutrina espírita como nova base pedagógica.

O livro “O Espiritismo é Obra de Educação”, de Leopoldo Machado, data de 1939 e representa hoje um documento dos mais interessantes para o estudo do espiritismo no Brasil, especialmente no seu viés educativo. Leia o texto completo e faça o download do livro clicando aqui

O Espiritismo como Religião

Capa O espiritismo como religiãoO tempo desbota as cores até transformar tudo em preto e branco, mas o mundo sempre foi e é multicor, multidiverso e dinâmico. O cenário de então estava rodeado de fatos recentes de marcada influência. Em 1947, os espíritas paulistas haviam dado à luz a União Social Espírita, depois União das Sociedades Espíritas (Use). Em 1949, dois acontecimentos simultâneos: a realização no Rio de Janeiro do II Congresso Espírita Pan-americano, marcadamente laico, e a celebração do chamado Pacto Áureo pela Federação Espírita Brasileira (Feb), como contraponto ao congresso pan-americano. Em 1950, a Feesp vê seu prestígio se solidificar com a implantação vitoriosa dos cursos regulares de espiritismo. E em 1953 publica o opúsculo “O Espiritismo como Religião”. Para ler o texto completo e fazer o download clique AQUI

 

Ribeirão Preto, 1928

Capa A religião no larVoltar ao passado pode ser questão de necessidade, de curiosidade ou mera bisbilhotice. Quando é preciso esclarecer fatos obscuros, necessidade; quando se deseja saber como os fatos se deram, curiosidade; quando o interesse é de apenas desvendar intimidades, bisbilhotice. Uma palestra de Vinicius de 1928 é um documento bastante interessante para quem tem necessidade ou curiosidade de olhar o passado, mas não é, certamente, bom para quem quer apenas bisbilhotar. Leia o texto por inteiro e descubra aqui.

O espírita e a política

Capa O espírita e a políticaHouve um tempo em que o Brasil se fazia preocupação dos espíritas em termos de política, dado que a realidade do país contrastava com os ideais emanados da doutrina. As leis morais, de O Livro dos Espíritos, expressam propostas que não são contempladas, ainda hoje, seja pelo Brasil seja por grande parte das nações do mundo.

Alguns adeptos, individualmente, se lançaram na árdua tarefa de pleitearem mandatos junto aos parlamentos e poderes executivos, subsidiados pelo ideal de fazer uma política diferente e, com seus exemplos, contribuírem para a mudança de um quadro que ajusta interesses grupais e poucas vezes contempla interesses públicos. Chegou-se a criar um partido político espírita. Leia o texto completo e faça o download do documento “O espírita e a política”, de 1953, aqui.

A evolução como justiça, por Vinícius

Capa Vinicius sombraAo falar de Vinícius não estou me referindo ao poetinha de Garota de Ipanema e tantas outras produções lítero-musicais, cujo centenário de nascimento foi comemorado recentemente. O Vinícius, aqui, é Pedro de Camargo, um piracicabano que encantou quem o conheceu nas tribunas a falar sobre a doutrina que o arrebatou, cuja vida física terminou no ano de 1966. Leia e faça o download do texto “Criacionismo e Evolucionismo” clicando aqui.

Frases, afirmações e suas fontes

deolindo1“Quem conta um conto aumenta um ponto”. Lembro a expressão aqui para me referir a uma palestra realizada por Deolindo Amorim, um dos grandes pensadores espíritas, no Centro Espírita Léon Denis do Rio de Janeiro. O ano: 1974. Alguém anotou a fala, fez um resumo e submeteu o texto ao próprio Deolindo, que aprovou. Daí surgiu um opúsculo em branco e preto intitulado “O Espiritismo e o Elemento Humano”, distribuído gratuitamente. Hoje, escasso, por isso raro.

Leia o texto completo aqui.

Duas obras e um centenário

Dentro da programação do Centenário de J. Herculano Pires, conduzida pela Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires, duas obras acabam de entrar em circulação: 365 momentos espirituais com J. Herculano Pires e Kardec é Razão. As duas obras são assinadas por Wilson Garcia.

365_momentos_esp_524c18708e0e8A primeira delas é uma agenda permanente contendo pensamentos de Herculano Pires, selecionados em grande parte de seus livros com abordagem de variados assuntos. Ou seja, uma agenda para todos os dias do ano. Em cada um desses dias você pode desfrutar de uma pérola literária e espiritual de um dos maiores pensadores espíritas brasileiros. Ter em mãos essa AGENDA PERMANENTE é uma forma de começar e terminar bem o dia. Cada frase, cada palavra, cada ideia possibilita refletir sobre si e sobre a vida, de modo a afirmar o primado do espírito, com todo o otimismo que o cotidiano solicita e agradece.

A segunda obra é uma reedição do livro lançado em 1998, agora totalmente revisto e Kardec____raz__o_52bc64c91b8f3atualizado pelo autor, em que é realizado um estudo livre do pensamento de Herculano Pires a partir de uma seleção criteriosa de textos e temas. Na contracapa do livro, pode-se ler esta interessante interrogação feita pelo conhecido escritor Mario Graciotti: “De que distâncias, de que regiões, de que épocas virá esse espírito, que se instalou na engrenagem somática de um dos mais curiosos fenômenos intelectuais do Brasil nascente, o poeta, o jornalista, o escritor, filósofo Herculano Pires?”

As obras encontram-se disponíveis no seguinte endereço:

http://editoraeme.com.br/livros/365herculanopires/pgxso-product-details/prx-427/ctx-2.html e

http://editoraeme.com.br/shop/pgxso-product-details/prx-435/ctx-10.html

Romance mediúnico: arte ou engano?

Os romances dominam a prateleiras das livrarias
Os romances dominam a prateleiras das livrarias

A abundância de romances mediúnicos é sinal de qualidade, alta, baixa ou média? Uma resposta imediata a perguntas desse tipo é não! Nem a abundância nem a exiguidade são, em si mesmas, sinal positivo ou negativo, apenas uma questão de verificação quantitativa.

Um outro fator, aí, pode ser relacionado: o tipo fenomênico – a psicografia – como fonte de obras literárias assinadas por individualidades invisíveis, em franca expansão e se destacando dos demais tipos, até mesmo acobertando-os. Tem-se a impressão – verdadeira ou falsa? – de que a mediunidade tornou-se sinônimo de psicografia, tal a quantidade de obras e mensagens esparsas produzidas por essa via.

Ontem (quatro de janeiro de 2014), estive por alguns instantes em diminuta livraria do Aeroporto dos Guararapes, Recife, tempo suficiente para perceber e registrar (foto acima), entre livros de autoajuda econômica, financeira e psicológica inúmeros romances mediúnicos em posição paritária de destaque.

Confesso, não conheço nenhum deles e sequer sabia de sua existência, portanto, nada tenho a comentar sobre qualidade literária ou mediúnica dessas obras. Mas elas estão lá, foram editadas, publicadas e vendidas. Não se pode desconhecer isso.

A questão da qualidade é diferente da questão do gosto, pois não é este, o gosto, que garante a qualidade de uma obra literária. Sabe-se, perfeitamente, que inúmeras obras literárias, mediúnicas ou não, de qualidade atestadamente ruim são campeãs de vendas aqui, no Brasil, e mundo afora. No caso dos romances mediúnicos, a qualidade não se restringe às questões literárias, simplesmente, mas incluem a própria condição de recepção mediúnica como um fator relevante a qualquer análise.

E deixa ainda no ar uma outra indagação que tem sido feita ao longo dos tempos por pensadores espíritas: o romance mediúnico é capaz de oferecer noções concretas de doutrina espírita? Aqui não é difícil refletir: um leitor neófito, aquele que não conhece com segurança as obras básicas não será capaz de recolher dessas obras ficcionais uma visão minimamente clara dos princípios que norteiam o espiritismo. Já não ocorre o mesmo com um leitor experiente, com boa base doutrinária: este poderá construir uma análise da obra e julgá-la em seus diversos aspectos, inclusive aqueles que eventualmente estejam em divergência com esses mesmos princípios.

Quando um romance mediúnico alcança a condição de obra alinhada com o pensamento espírita passa, automaticamente, para a relação dos bons livros. Mas quando o seu conteúdo sofre contestações por conta de licenças literárias danosas ou pontos de vista que vão de encontro aos princípios doutrinários entra em cena o processo de recepção mediúnica. Por que? A razão é simples, conquanto pouco percebida: o médium tem participação ativa, direta, na construção do discurso ou texto final e, sendo assim, parte maior, menor ou total da qualidade da obra pode ser-lhe atribuída.

Não se trata de um tribunal acusatório, de condenação do médium. Trata-se, acima de tudo, de levar em consideração a participação mediúnica do intermediário, daquele que se coloca entre o espírito autor e o leitor, participação essa considerada por Kardec da máxima importância e no caso específico do fenômeno psicográfico a particularidade de o médium atuar como intérprete do espírito se acentua e torna-se decisiva para o produto final.

Ao falar em interpretação estamos nos referindo ao fato de haver alguém – o médium – que se coloca entre as ideias do espírito autor e as ideias do leitor, exercendo uma função que não é apenas “técnica”, ou seja, que não se circunscreve a “receber” um texto pronto e colocá-lo no papel, mas é eminentemente interpretativa; o médium necessita de entender as ideias que lhes são trazidas e precisa passá-las adiante, de forma codificada, textual.

Trata-se de um processo complexo, no qual o médium experimenta o desafio de “traduzir” de uma linguagem para outra aquilo que lhe chega como ideia, demandando, portanto, conhecimentos, repertório, habilidade de lidar com a língua e, não raro, vivências passadas e presentes.

Quanto ao fenômeno da psicografia e sua ascensão a sinônimo de mediunidade, é um caso para se pensar. Mas é fato que a psicografia vem ocupando cada vez mais espaço no cenário mediúnico e, curiosamente, vai se tornando um fenômeno caseiro, ou seja, dado que muitos centros espíritas não dispõem de infraestrutura doutrinária e psicológica para oferecer aos médiuns, estes acabam, em boa medida, se recolhendo aos seus lares e ali, distantes do convívio com outros médiuns, realizam seu trabalho. E se têm um bom texto, não encontram dificuldades para publicar seus livros, pois, de um lado há um público ávido desse tipo de obra e, de outro, editores e clubes de livros também ávidos por publicar e disponibilizar a literatura mediúnica ficcional.