Ao comentar uma das funções das imagens, Jacques Aumont informa que elas provocam a abertura de arquivos da memória, fato que permite o seu reconhecimento através da identificação dos elementos que as imagens contêm pela comparação entre o que está registrado na memória e o que é apresentado pelas imagens. Trata-se de um fenômeno simples e ao mesmo tempo extraordinário porque complexo, que se realiza ao contato do observador com o objeto na rapidez com que os sentidos conduzem silenciosamente ao cérebro os estímulos, provocando a abertura dos arquivos da memória e devolvendo imediatamente à consciência os registros ali presentes, que permitem ao indivíduo realizar a identificação e o reconhecimento, não dos significados da imagem, mas dos seus elementos constituintes. Ao fim, pode-se dizer que se reconhece na imagem aquilo que já se conheceu anteriormente através das experiências, ao passo que quando há nas imagens elementos não registrados na memória, esta situação impossibilita ao indivíduo de reconhecê-los e, portanto, de compreender as imagens.
Utilizo-me dessas considerações para dizer que com esta postagem dou início à conclusão da publicação do material que colecionei ao longo das quase cinco décadas de participação no movimento espírita. A primeira parte está publicada na página DOCUMENTOS deste blog. São imagens e textos, textos e imagens que se complementam pelos registros da memória que se formou com as experiências realizadas ao contato com os fatos e os indivíduos, registros que agora se abrem provocados pela observação das imagens e dos textos que acumulei e agora entrego aos interessados na história da Doutrina Espírita.
Quando concluída esta publicação, todo o material físico será entregue à Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires, que, por sua vez, vai disponibilizá-lo de forma organizada aos interessados para consulta, sob o entendimento comum de que esse pequeno patrimônio não pertence a um indivíduo único, mas, sim, a toda uma sociedade, visto que seu verdadeiro sentido está diretamente relacionado com a sua utilidade. São dezenas de exemplares, muitos deles hoje raros ou desconhecidos de grande parte do público, de livros, opúsculos e revistas direta ou indiretamente relacionados com a doutrina que Kardec organizou e deu à luz a partir do ano de 1857, em Paris. Clique e conheça a revista Ilustração
Estão digitalizadas? seria interessante se estivessem. Seria um resgate (virtual) de inestimável valor em face dos tesouros perdidos nas estradas nebulosas do M.E.B
Caro Jorge, é minha disposição colocar o material digitalizado no futuro, pois no momento estou apenas dando ciência dele. Abraços.