A multidão me assombra, sob quaisquer dos seus aspectos. Nela, sinto-me comandado, empurrado, mutilado, indefeso, impelido, sem controle.
Na multidão não sou nada, nem gente, nem ser, nem ente. Sou vara de marmelo, pronta para açoitar, marcar, afirmar, sob o comando do desconhecido, de voz qualquer.
Com a multidão me vejo forte, de uma força descomunal, despido de sentimentos, de capacidade de controle, de tempo e pensamento.
Deixo de ser alguém na multidão, para me tornar instrumento, dente de engrenagem, vórtice sugador, martelo de bater, espada de matar, aríete de atirar e destruir.
Na multidão me perco de tudo aquilo que sou, sonho, projeto, desejo, aspiro. Sou voz descontrolada, abafada, inaudível, descoordenada. Leia texto completo
Caro amigo Wilson, considerando que somos Espíritos da mesma faixa da escala espiritual deste Planeta, faixa onde se movem distintas classes e ordens, seu texto remete diretamente para o entendimento da questão 459 de O Livro dos Espíritos: “Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações”. Urge saber que tais influências não provêm de mão única, elas têm mão dupla posto que nós próprios sendo igualmente Espíritos eles também são influenciados por nós. Cada um procura e vive suas relações de ambientação de valores em termo de sintonia e simpatia por assimilação. Tem mais, o texto me faz lembrar o Dr Jekyll e o Mr Hyde, na vida de relação social de superfície somos o médico afável, polido, educado, enquanto lá no fundo jaz o monstro, prestes a emergir para a superfície, tal qual descreve a novela da vida real narrada por Robert Louis Stevenson. Ah, parabéns pelo texto, muito bom.