Impossível ficar calado diante da insolência de um indivíduo que se diz pesquisador (e talvez cientista), quando atinge com seus desaforos moralmente criminosos a vida do outro, não importa qual seja o outro porque será sempre, permanentemente, merecedor de respeito.

Diante da notícia de que João de Deus, médium de Abadiânia, está sob cuidados médicos, o insolente pergunta porque o médium não pediu e não foi cuidado pelos espíritos, uma vez que se diz médium; pergunta e revela sua idiossincrasia diante – não da postura racional que diz seguir – mas da inevitável revelação de que, para além de um estudioso, demonstra-se desumano e cruel.

Não, seu objetivo não é o que parece, ou seja, apenas debochar do médium e de uma aparente fraqueza dele; para além disso, seu propósito é registrar, mais uma vez (quantas vezes já não o fez) o desprezo por seu objeto de estudos – o Espiritismo e sua fenomenologia. Para tanto, utiliza-se de todos os momentos em que o tema se oferece para atirar na lama em que se coloca inexpressivamente, pessoas e ideias, não importa quais sejam.

O paradoxo é compreensível. Alguém que se coloca como pesquisador e ao mesmo tempo despreza o objeto de pesquisa não é alguém que, de fato, deseja observar, analisar, mas alguém que vem com o propósito, certamente único, de seguir a linha quevediana de ação: apenas tentar destruir o objeto de estudo por conta de recalques ou outros traumas sofridos em algum momento do passado.

O limite da indignidade é a dignidade.

Não importa se seu alvo foi um médium, poderia ser qualquer outra pessoa. Importa perceber que para alcançar seus desideratos indivíduos desse jaez não medem esforços nem respeitam as linhas que separam as ideias das pessoas, do ser pensante e do indivíduo que possui sentimentos e merece compaixão.

São atitudes desumanas como essas que permeiam a sociedade e somam-se a outros estímulos para criar reações que estão na fonte dos conflitos múltiplos com os quais convivemos nessa quadra da existência planetária. São atitudes extremas, impensadas ou demasiadamente pensadas, geradoras de ódio, de desprezo pelo outro, de desejos inconfessáveis de destruição.

Por outro lado, se não se pode impedir que se expressem – é, certamente, melhor saber de sua existência – não se pode, também, compreender que espaços abertos para os conflitos sadios abriguem pensamentos e ideias que tais, pelo comprometimento dos objetivos altruístas que lhes sustentam.

By wgarcia

Professor universitário, jornalista, escritor, mestre em Comunicação e Mercado, especialista em Comunicação Jornalística.

6 thoughts on “Quando o desrespeito ultrapassa o senso de humanidade”
  1. Olá!
    Seu texto diz verdades que deveriam calar fundo no destinatário, entretanto, como descreve, trata-se de um indivíduo frio e combatente voraz do Espiritismo. Não tem escrúpulos e respeito por ninguém. É extremamente personalista e agressivo, estragando qualquer tentativa de um diálogo construtivo. Está na lista da CEPA para polemizar, desprezar e perturbar! Raramente faz uma colocação proveitosa… Vive para exibir-se e mostrar seu espírito antagônico… Por lá permanece, com este intuito medíocre! Já perguntei na lista o que faz um incrédulo e perturbado pseudo cientista em uma lista espírita? insistem em dizer que seu antagonismo e sua provocação acintada com tudo e com todos, é bom para a lista de debates. Continuo achando que mais perturba que acrescenta! O sujeito chato e despropositado!

  2. Mesmo com o meu temperamento impulsivo, é nessas horas que acredito que a melhor resposta é o silêncio.
    Pessoas medíocres são assim: querem chamar a atenção alheia através de ofensas e provocações.
    Se ele já é conhecido por causar polêmica e afrontas, não seria melhor ignorá-lo?
    Bem, é o que eu faria!

  3. Conviveremos ainda por muito tempo com o desumano. É por esta razão a regeneração(voltar ao gênero, humanizar). Evidente que a compaixão, que já te é presente, causa-te a indignação, sentimento nobre. Mas já fomos alertados sobre os pseudo sábios, ou aqueles que usam da má fé para, simplesmente, destratar seu alvo. Páginas assim apenas alimentam os que com eles sintonizam, passaremos ilesos como temos passado por tantos anos, principalmente exemplificando. Lógico que fica seu registro no mais alto dever humano de solidariedade e pontuar corretamente os fatos. Como fazia sempre o muito querido Herculano Pires, não se ausentando diante das maledicentes notas. Nosso abraço fraterno.

  4. Prezado Wilson Garcia, muita paz!

    Seria importante o amigo também citar o endereço eletrônico onde ocorreu a “barbárie”…

  5. A Terra também é escola. E nas escolas é comum apresentarem-se alunos que se especializam em serem reprovados a cada ano. E tais alunos ainda se justificam perante seus pais alegando que os professores não gostam dele e por isso todos os anos fazem as mesmas perguntas que eles não sabem responder.
    Cometem, tais alunos relapsos, crime contra a evolução, sem aprenderem em cada ano letivo , isto é, em cada reencarnação. Porem, ouvirão algum dia: “Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?” Chego a lembrar o pensamento de Pietro Ubaldi, no livro “Deus e Universo”, quando diz:”A criatura rebela-se, separa-se, cai no caos, fora do sistema. Por esse motivo ela sofre, aprende, expia, volve a subir e, se não deseja morrer, deve reentrar no sistema, isto é, coordenar-se na sua ordem. “O tempo passou, só Carolina não viu…”

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