Categoria: Literatura

Jorge Rizzini entre luzes e sombras, pela Editora Pixel

A Editora Pixel Books acaba de lançar, pela plataforma digital da Apple, o livro Jorge Rizzini entre luzes e sombras, de autoria de Wilson Garcia. Trata-se do maior acervo de informações sobre a personalidade daquele que foi conhecido como um dos mais destacados polemistas espíritas do Brasil, com uma trajetória intensa na divulgação e defesa da doutrina de Allan Kardec. A presente edição compreende a ampliação e atualização da edição disponibilizada pela Scrib, de título “Muito além das sombras”, a qual permanece à disposição dos interessados, com download livre.

O livro aborda, de maneira inédita, inúmeras situações do escritor e médium:

# A sua relação de quase trinta anos com o filósofo, escritor e jornalista José Herculano Pires. (mais…)

CPDoc, você o conhece?

Seus membros e fundadores comemoram 30 anos de existência, resistência e trabalhos.

Integrantes do quadro atual do CPDoc
Autores de livros analisados e publicados pelo CPDoc
Três dos fundadores do CPDoc depõem na festa dos 30 anos

As comemorações, realizadas em Santos, o berço natal do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita, CPDoc, aconteceram no dia 1 de setembro próximo passado, nas dependências do Centro Espírita Allan Kardec, que também comemorou, na ocasião, seus 74 anos de vida.

Foi um evento digno de nota. Três décadas atrás, ou seja, em 1988, cinco jovens ousaram materializar um desejo de criar um espaço voltado aos estudos e pesquisas como meio de aprofundamento de uma doutrina que lhes era muito cara: o espiritismo. Tal ousadia representava, já e então, um certo atrevimento em vista das circunstâncias e do momento, circunstâncias que se agravariam com novos fatos que viriam.

O espiritismo no brasil sempre muito tendente ao predomínio de uma massificação baseada no sentimento místico era, como permanece sendo, uma mensagem incorporada idealmente pela classe média brasileira, de forte resistência às iniciativas em que a liberdade de pensamento e expressão se encontram no centro das atenções. Recorde-se que 1988 foi o ano da nova Carta Magna brasileira, conhecida como constituição cidadã. Ou seja, vivia o país seu ponto mais alto do ciclo de libertação da repressão marcada pelo período da ditadura militar, cujos efeitos se estenderam à sociedade como um todo e, naturalmente, também ao meio espírita.

Mas não foi só. Esses jovens pertenciam ao movimento espírita de Santos, que significava, então, não apenas uma cidade praiana, turística e principal porto do país. Era ela a expressão de um movimento rebelde capaz de se contrapor ao status quo. Dois anos antes, suas principais lideranças haviam sido derrotadas em sua proposta de assumir o comando estadual representado pela USE, determinadas a implementar mudanças consideradas demasiadamente ousadas. Ficaram conhecidas como o Grupo de Santos e incorporaram, entre outras, a acusação de intencionarem retirar Jesus da doutrina espírita, por conta de sua resistência à consagração do espiritismo como religião, que, afinal, se tornou predominante. (mais…)

Quando os espíritos puseram o bispo para correr

Nestes tempos bicudos, um pouco de humor não fará mal a ninguém.

O caso a seguir é narrado por Alexander Jenniard Du Dot, escritor católico defensor da proibição pela Igreja das sessões de mesas girante e crente de que os espíritos que apareciam nessas sessões eram os demônios. Para ele, há somente três tipos de espíritos: os anjos decaídos (demônios), os espíritos dos vivos e os espíritos dos mortos. Vivos não se manifestam a vivos, os mortos estão proibidos de manifestar, restam, pois, os demônios. O caso está registrado no livro O espiritismo, sua natureza, seus perigos, publicado em Portugal em fins de 1800 e é interpretado por Du Dot como prova das suas convicções, mas ficará melhor interpretado como fato probatório da existência e manifestação dos espíritos dos que viveram na Terra.

Vamos a ele.

“Cinco bispos de uma província reuniram-se em 1849, para tratarem de diferentes pontos de doutrina e de direito eclesiástico. No decorrer deste sínodo, como as mesas giratórias estavam em moda, e como as práticas espíritas, implicitamente proibidas pela Igreja, eram geralmente toleradas, os prelados quiseram experimentar por si próprios estas pretensas novidades. Colocaram-se em roda de uma mesa e obtiveram movimentos de rotação, e depois respostas por meio do pé da mesa. Suspeitando que eram demônios os espíritos que faziam mover a mesa, lembraram-se um dia de colocar em cima um rosário e um breviário; a mesa arrojou-os para longe com furor; depois, encarniçando-se muito especialmente contra o bispo da diocese, que era talvez o promotor dessas experiências, tomou a seu cargo expulsá-lo da sala, perseguindo-o até a porta, apesar da resistência que ele opunha. Sem dúvida, os cinco prelados não exigiam tantas provas. Apressaram-se a proibir, nas suas respectivas dioceses, o exercício da mesa girante, prática perigosa cujo caráter infernal lhes fora revelado por fatos tão brutais”.

Moral da história: quando você não puder com as mesas e não quiser estudá-las, proíba-as de virem perturbar os vivos.